domingo, 29 de maio de 2016

Ecoam ao longe sons de tiros nesta aprazível noite carioca de sábado. E eu estou aqui, mais uma vez sozinho nesse maldito quarto. A televisão está ligada, e eu deitado em minha cama, com os olhos fechados, fico ouvindo a voz chata do repórter, anunciando mais um assassinato.
"... houve um tiroteio, em frente a um bar, próximo a Cidade de Deus... Sete corpos... nenhuma testemunha. Mas, segundo os policiais, pode ser um acerto de contas, ou disputa de território... Entre as vitimas, tinha o corpo de um dos traficantes mais temidos..."
Sete corpos... um culpado e seis vitimas... Morrer de graça...
Acerto de contas, na cidade de Deus... Disputa por território... Aonde vai parar a humanidade? Tirar a vida de outro, por besteira...
Por isso que a maioria das pessoas, tem medo de sair de casa. Tem medo de sair e não voltar. Perder a vida por nada.
Ainda bem que não sou de sair, principalmente, a noite. Prefiro ficar nesse quarto, ouvindo o noticiário. Mas quer saber? Chega de noticias ruins por hoje.
Desligo a televisão e vou até a cozinha beber um copo de água. Quando estou voltando para o quarto, ouço um barulho de vidro quebrando. E a última coisa que vejo é a escuridão...
****
"... Últimas noticias, rapaz é encontrado morto, com uma bala perdida em sua casa no Complexo do Alemão..."
Lisa Hallowey



O orfanato

Pobre Anne estava neste momento no banco de trás de um carro qualquer, sendo levada para seu novo lar. Seus pais e seu irmão foram encontrados mortos em sua própria casa, a pequena Anne a única sobrevivente da família, foi encontrada em seu quarto, sentada num canto, em estado catatônico, balançava seu corpo entre suas pernas dobradas; repetia sempre a mesma palavra “não”. Por algum motivo o monstro dessa barbárie, poupou a vida da pobre garota, que agora estava sendo levada para sua nova moradia, pelo menos, até encontrarem seus novos pais adotivos. Estava ela sendo levada para o orfanato “Raio de Luz”, dizia uma plaqueta do lado do portão de entrada, no qual, Anne olhou, assim que o carro entrou no local.
Depois de alguns dias tímida e na dela, tentou enturmar-se com as crianças, mas sempre que estavam no meio de uma brincadeira, as crianças assustavam-se com as atitudes da garota. Assustavam-se pelo simples fato dela jogar suas mãos na cabeça e gritar: “NÃO!”
As outras crianças começaram a chamá-la de louca. No começo, Anne saia correndo e escondia-se no quarto e começava a chorar. Mas, com o passar do tempo, ela foi acostumando-se com a gozação, e já não chorava mais. Pelo contrário, ela encarava a criança que a xingava, e essa era a que saia correndo e se escondia.
As crianças passaram a ter mais medo de Anne. O orfanato era administrado pela Madre Tereza e algumas freiras. Um dia, uma das crianças, Suzanna, chegou chorando até uma das irmãs e disse que Anne havia ameaçado ela.
A irmã Maria, esse era seu nome, foi atrás da garotinha e a encontrou sentada em um dos bancos, perto da fonte que ficava no fundo do orfanato, conversando sozinha. Não achou estranha a atitude da menina. Para ela, era normal uma criança conversar sozinha na idade dela, ter um “amigo imaginário”. Ela mesma teve um. Porém, ao aproximar-se da menina, ficou perplexa, a menina estava falando em latim. Quando ela pensou em virar-se e voltar para dentro, sem que a menina percebesse, ouviu uma voz doce lhe chamar:
- A senhora quer falar comigo, irmã? É sobre a Suzanna, né?
A irmã Maria, simplesmente parou e ficou sem reação. Engoliu em seco e virou-se, lentamente para a garota:
- Ah... Bom, como você sabe que eu vim falar com você sobre a Suzanna?
- Lili me falou.
-Lili?
- Sim, minha amiga.
- Hum... E o que mais sua amiga lhe falou?
- Mais nada. Apenas disse que ela ia cuidar disso.
- Cuidar? Cuidar como?
- Não sei. Nem tudo a Lili me fala. Vou entrar, irmã. Tenho lição para fazer, Se eu não fizer, a irmã Celeste vai brigar comigo. – a garota da um sorriso inocente para a freira, e sai cantando como se aquilo fosse normal.
A irmã, por sua vez, entra para dentro e pensa em ir direto até a sala da Madre, contar o ocorrido. Só que quando está subindo as escadas, sem querer, acaba tropeçando em um dos degraus, e cai escada abaixo.
Uma das irmãs que estava passando no corredor acaba ouvindo o grito, e vai ver o que estava acontecendo. Quando chega perto da escada, fica assustada com a cena. Pois a irmã Maria estava com a perna esquerda em uma posição, que nem ela conseguia imaginar, e com o osso exposto. A irmã leva a mão até a boca, para abafar um grito, e sai correndo para chamar socorro. Enquanto isso, Anne está atrás de uma das portas, escondida, observando tudo.
****
Já tinha se passado três dias depois do acidente da irmã Maria. Ela foi submetida a uma cirurgia, devido à gravidade da fratura, e teve que ficar no hospital por mais um tempo. No Orfanato, tudo parecia correr bem. Só parecia.
****
- Oi Suzanna, você quer brincar comigo?- Anne aproxima-se da garota de cabelos dourados, que estava distraída, brincando no quarto.
- Sai daqui. Você quer me machucar. – a garota diz, levantando-se.
- Eu não quero te machucar, quero brincar com você.
- Mais eu não quero! Você é louca!- agora a garota fica de costas para a janela do quarto.
Ao dizer isso, a expressão do rosto de Anne, antes doce, transforma-se em algo diabólico. A outra garota fica mais assustada.
- Você não devia ter dito isso. A Lili não gosta que me chamem de louca. – a garota vai aproximando-se cada vez mais da outra. Essa, por causa do medo, não consegue mexer-se.
- Não, por favor. Tudo bem, eu brinco com você.
- A Lili não quer mais brincar. – Sem que de tempo, se quer da outra garota ter algum tipo de reação, Anne a empurra da janela, fazendo seu corpo frágil, cair e ela quebrar o pescoço.
****
O orfanato estava em luto. A irmã Tereza, nunca, em seus 35 anos trabalhando ali, tinha presenciado tamanha tragédia. Primeiro aquele acidente sem explicação da irmã, e logo em seguida, a morte da pequena Suzanna.
A irmã Maria, tinha voltado para o orfanato, e ficou chocada ao saber da morte da garotinha. Ela estava em seu quarto, deitada sem poder se levantar, em repouso, quando se lembrou do que Suzanna havia dito a ela. Nesse instante, ouve uma batida na porta, e ela abrir-se. Anne entra com um sorriso inocente.
- Foi você, né?-
- Eu? Eu o que, irmã?
- Não se faça de inocente. Você ameaçou a Suzanna, e eu ouvi você naquele dia falando em latim. As outras crianças têm medo de você. Quem é você?
Anne para a alguns passos da cama. Examina o rosto da freira em sua frente. Por um tempo, o silêncio toma conta do quarto. A garota abaixa a cabeça, e quando levanta de novo, seu rosto já não é mais o mesmo. É algo diabólico. A irmã fica assustada com a expressão da garota.
- Sabe, irmã, vou responder suas perguntas e te contar uma história. Uma pequena história. Na verdade, um segredo. Sabe minha família? Fui eu que matei. Tentei ignorar as vozes, mas elas são mais fortes. Fui eu sim que empurrei a Suzanna da janela. E as outras crianças têm medo de mim, por causa disso – a garota, agora esta do lado da cama. Seus olhos estão completamente, pretos. Pega um dos travesseiros que está do lado da freira. A irmã nem percebe, devido ao medo que está sentindo. Só se da conta, do que está prestes a acontecer, quando a menina coloca o travesseiro em seu rosto. Mas antes, ela revela seus últimos segredos.
- Quem te derrubou da escada, foi a Lili. E a propósito, só eu posso chama-la de Lili. Seu verdadeiro nome é Lilith. – falando isso, ela leva o travesseiro até o rosto da freira, matando-a asfixiada.
( Lisa e Lesley Anselmo)



domingo, 22 de maio de 2016

A Ópera

O quarto estava escuro e em completo silêncio. A única coisa que podia ser notada era a ponta de um cigarro aceso, que aparecia no canto do quarto. O silêncio era perturbador. De repente, a ponta do cigarro se mexe. Sinal de que ele levaria aos lábios o maldito entorpecente.
Ele traga uma, duas, três vezes, e logo depois, joga dentro do cinzeiro. Levanta-se no meio da escuridão. Acende a luz e pisca várias vezes, até acostumar-se com a claridade. O quarto ao seu redor era pequeno. A pintura das paredes já estava a descascar. Os únicos móveis eram uma cama, uma poltrona onde ele, a pouco, estava sentado, do lado tem uma mesinha com um abajur. No outro canto, tem uma mesa e uma cadeira, uma pequena cômoda, que continha uma antiga vitrola e uma estante velha com alguns livros e discos de vinil. Por um tempo, ele examina tudo aquilo, como se estivesse ali pela primeira vez. Depois, encaminha-se até a estante, escolhe um disco e coloca na vitrola. Em questão de segundos, o ambiente é envolvido pelo som de Bethoven e sua 5th Symphony. Ele fecha os olhos e se deixa envolver pela harmonia do som dos violinos, violoncelos e seus outros instrumentos. Respira fundo e faz os gestos do Maestro. Em seguida, vai até a mesa, onde está uma garrafa de Whisky, um caderno e uma caneta. Senta-se por um momento. Rabisca algumas palavras, toma um gole da bebida e acende um cigarro. Novamente, fecha os olhos. Imagens do passado afloram em sua mente, enquanto traga seu veneno. Assim que termina de fumar, retorna até a estante, pega algo entre os livros e apaga a luz novamente. Quando Bethoven toca sua última nota, um tiro se ouve em meio à escuridão.
No bilhete ele dizia:
Cheguei numa fase da minha vida que vejo que a única coisa que fiz até agora foi fugir, fugir de mim mesmo, do meu nada, e agora não tenho mais para onde ir, nem sei o que vou fazer, fui péssimo em tudo. Por isso, decidi morrer.”

P.s: a frase é de Bukowski, mas o final quem escreveu foi eu.


Lisa



Mourir

Àquela hora, meio tarde no dia, penetrei no templo iluminado... Vozes que diziam coisas incompreensíveis me hipnotizavam. Conduziam-me até o seu interior.
Tochas iluminavam todo o caminho, agitavam-se e desenhavam nas paredes formas estranhas. De repente, as chamas se apagam... Uma sombra, uma forma, um homem...
Havia fantasmas de branco que flutuavam em torno dele. Logo em seguida, desapareciam no espaço com murmúrios suaves. Por ora, pesadelos tomavam conta de minha mente perturbada, ao ver aquela figura lúgubre diante de meus olhos. Por ora, sons estranhos de lamento, gemidos cheios de sofrimento ecoavam diante daquele ambiente dogmático.
Algo de maléfico, diabólico havia naquele ser, mas o quê?
Seus cabelos e olhos eram negros como a noite e a medonha palidez de seu rosto, transformavam sua face em algo abominável. 
O mundo naquele momento parecia se escurecer como se fosse um apocalipse.
Tudo parecia sobrenatural. O vento assobiava como uma alma atormenta. Nada fazia sentido. Meus pensamentos não me obedeciam; era como se eu estivasse fora de mim.
Por uns poucos segundos, ele pareceu avançar como se estivesse submerso.
Medo? Não, não sentia medo, apenas não compreendia o que estava acontecendo e o que me trouxera ali.
Até o momento em que seus olhos pousaram-se nos meus e eu pude ver (mesmo que por poucos segundos) flashes de minha vida - infância, adolescência- até tudo parar em uma cena simples: uma pessoa, um rapaz examinava uma sepultura. Seus olhos se voltavam para a lápide que estava coberta de flores colocadas recentemente.
Foi ai que compreendi.  Foi ai, que me lembrei de toda a cena.  Saiamos do Baile de Formatura, quando um sujeito, do nada apareceu, e começou a atirar. Tudo ficou escuro.
Agora eu compreendia. Eu estava morta!
E aquelas vozes. Aquele homem que me conduziam até ali não passavam de Anjos - Anjos da Morte- Conduzindo-me até os confins do submundo, até o descanso eterno....

Lisa Hallowey




sexta-feira, 6 de maio de 2016

#psicopataadp


Ele levou o copo de whisky a boca e parou por um instante. Precisava se controlar, sua mão tremia como se tivesse alzheimer, sua perna balançava constantemente, ele sabia que aquilo eram sinais da abstinência, afinal fazia uma semana que ele se controlava.
Sua cabeça estava à mil, turbilhões de coisas passando ao mesmo tempo. O bar estava escuro, uma luz ao fundo, ele sabia que não poderia estar alí, tinha que estar bem, pessoas se espelhavam nele, não devia estar bebendo, olhou para o copo novamente, ao redor grupos de pessoas conversando, blues rolando ao fundo.
Ele não faria aquilo, já tinha se passado uma semana, pensou;
"Um dia após o outro, um dia após o outro".
Na mesa ao lado, um sujeito bebia um copo atrás do outro, parecia sozinho, sem família. Um pobre diabo largado ao mundo ele pensou.
Se levantou e foi para fora, fumar um cigarro, quase não conseguiu acender de tanto que tremia, deu uma longa baforada. O sujeito saiu pela porta cambaleando. Ele focou quando o rapaz caiu no beco vazio, tentando se levantar, por um momento sua tremedeira cessou. Teve a impressão de uma paz interior enorme, estava prestes a ter o controle de seu corpo de novo.
Ele entrou, bebeu o whisky que estava sob a bancada, afinal era uma dose apenas e ele nunca teve problemas com bebida, se encaminhou para a saída, o sujeito ainda tentava se levantar, ele se aproximou deu à mão, o mesmo se apoiou para levantar, nesse instante, ele ergueu o rapaz é com sua mão direita tirou de dentro do sobretudo sua Buck 119 especial e passou pelo pescoço do rapaz. Não teve grito, apenas um leve gemido e o engasgo com o próprio sangue, ele foi se ajoelhando junto com o corpo desfalecendo, o sangue escorrendo por entre seus dedos, seu corpo não mais tremia, sua cabeça estava em paz, silenciosa. Todo aquele sangue passando por seus dedos, parecia liberar em seu corpo toda serotonina e endorfina do mundo. Ele estava em paz, o cheiro de sangue e a agonia de um corpo se esvairando em sangue lhe davam paz. Empurrou o corpo de canto, e deixou-o como se tivesse desmaiado, olhou para o relógio,
"faltava apenas duas horas"
Entrou em seu carro, trocou a camisa, limpou suas mãos e partiu. Chegando ao destino, comprimentou às pessoas na rua, afagou à cabeça das crianças que se preparavam para a cerimônia, entrou na sacristia, vestiu sua túnica, ajeitou a estola e fez sua oração, afinal ele estava em paz para celebrar à santa missa e levar paz a quem estava em sua igreja buscando alívio.
Willsonn dos Santos ( Psicopata ADP)

#psicopataadp

Mais uma noite e a criança não parava de chorar... 
Ela levantava, ia a cozinha, passava pelo quarto do bebê e ficava parada em frente à porta esperando aquele choro passar... Passou.
Mais uma noite indo dormir às 5 da manhã.
Mesmo horário em que seu bebê de 5 meses morreu inexplicavelmente asfixiado com uma corda, cinco anos atrás.
Naquele mesmo quarto. 
Naquela mesma fazenda a 50 km da civilização, onde ela estava sozinha...
Leticia Coimbra ( Psicopata ADP)

#psicopataadp


Ela era mais uma típica garota sonhadora, pouca coisa lhe distanciava das bobas apaixonadas do interior, pensavam. Apenas mais uma carola metida a certinha e 'sabe-tudo', diziam. Uma vida escrita, contada e recontada inúmeras vezes; sua rotina e destino estavam contidos dentro das definições passadas boca a boca naquela pequena cidade. Nada a suspeitar, nada com que se preocupar. Mas o que ninguém sabia era da sua fascinação pelo número 13 e as histórias que dele decorriam. Enquanto a sexta feira era temida por todos, ela aguardava ansiosa a chegada daquela que hospedaria o seu favorito. Nunca teve medo. Ao contrário dos outros, nesta data ela se sentia liberta, tinha a certeza de que naquele dia poderia realizar todos os seus desejos. Há muito tinha sede, desejava sangue. Não aguentava mais controlar a ansiedade e sedenta ansiava a chegada daquela que lhe saciaria. 0h00min. Sua primeira vítima. 13 de dezembro de 2013, sexta feira. Feliz Aniversário...

- Patisket ( Patricia Kessia, Psicopata, 12)

#psicopataadp


ATRÁS DA PRESA

Não havia perfume melhor que aquele. Um cheiro metálico, penetrante, marcante. Era uma pena ter que limpar, mas já era quarta-feira e, no fim de semana haveria gente em casa. Porém, ela podia apreciar enquanto limpava, não podia? Além de tudo, ainda havia tempo para mais um.
Anoitecia. Quando ela acabou, foi para o banheiro. Tirou a roupa, e a embalou em um saco de lixo. Entrou na banheira para um banho superquente, o qual foi acompanhado por um copo daquele líquido rubi precioso. Que delícia!
Meia hora depois, se arrumou no quarto. Hoje queria alguém mais sofisticado. Vestido vermelho, maquiagem caprichada, salto agulha. Entrou no taxi e foi para o restaurante não muito longe. Chegando lá pediu um drink e sentou-se num canto do bar, a meia luz. Estava cedo, ainda não havia muita gente, mas logo começaria a encher.
Finalmente depois de uma longa espera, alguém interessante chega. Uma troca de olhares. Uma bebida oferecida. Uma distração. Pronto! Estava feito. Agora era só questão de tempo.
O levou para sua casa, para o seu quarto especial, para sua cama. O deitou, despiu e preparou seus brinquedinhos.
Hoje, usaria apenas uma faca. Meio cega, é verdade, mas era a sua preferida. Fazer o que?
Trocou-se, puxou a cadeira do canto, sentou-se e esperou tomando mais um copo da sua bebida. Em alguns minutos ele acordaria e ai, poderia brincar.
‪#‎Maihume‬ (Lisa, Psicopata 5)

#psicopataadp


Aquele dia tinha sido muito tenso. Ela não estava conseguindo dormir. Já o seu marido, chegava a roncar ao seu lado. Olhou o relógio no criado mudo. Quinze para as quatro da manhã. Não aguentava mais, precisava tomar um ar. Levantou-se da cama com cuidado, para que ele não percebesse. Não se preocupou em calçar os chinelos. Abriu a porta do quarto sem fazer barulho, e seguiu o corredor em meio a escuridão. Desceu as escadas até a cozinha, acendeu a luz. Nisso, seu cãozinho despertou e foi até ela. Ela abaixou-se e passou a mão em sua cabeça. Abriu o armário e pegou um biscoito e deu a ele. Logo em seguida, colocou água na cafeteira. Sentou-se numa cadeira, enquanto o café não ficava pronto. Foi quando começou a imaginar, aquela cena trágica no final do dia.
Ela era Técnica em Enfermagem. Naquele dia, o Hospital onde trabalhava, estava parecendo um inferno. Era médico gritando de um lado. Era enfermeira xingando do outro. Era paciente queixando-se de dor. Sua cabeça já estava prestes a explodir. Foi quando o Enfermeiro Chefe pediu que ela fosse até a sala de Necropsia, e entregasse uns documentos ao novo estagiário. Ela pegou os papéis e seguiu o corredor. Sua cabeça latejava e o cheiro de remédio junto ao desinfetante barato, estava lhe dando enjoo. Assim que chegou no corredor onde ficava a sala, havia silêncio. Bateu na porta. Ninguém respondeu. Então a abriu e entrou. Parecia não haver ninguém. O ar ali dentro era mais gelado do que lá fora. Pelo menos era o que parecia. Na sala, tinha apenas duas mesas. Uma tinha um corpo coberto com um lençol branco. Apenas os pés estavam descobertos com uma etiqueta de identificação. Do lado, tinha uma mesa com vários instrumentos cirúrgicos. Em outro canto, ficava as "gavetas", onde guardavam os corpos depois de examinados. E perto da porta ficava a mesa onde colocavam a papelada, e tinha também uma porta. Uma pequena dispensa para guardar materiais de limpeza. Olhou de um lado para o outro e nada do infeliz do enfermeiro. Então resolveu deixar os papéis em cima da mesa, quando viu a porta se fechar. Lá estava ele com um sorriso de idiota nos lábios. Ela não falou nada, apenas fez um gesto com a cabeça em direção a mesa. E quando estava indo em direção a porta, ele bloqueou sua passagem. Ela não gostou nenhum pouco daquilo. Ele foi se aproximando, e ela recuando. Até que esbarrou na mesinha que estava com os instrumentos. Sem ele perceber, ela pegou um bisturi. E quando ele chegou mais perto, ela deu um sorriso meio de lado e com um simples movimento, enfiou o objeto em seu pescoço, atingindo a jugular. Ele arregalou os olhos e levou as mãos ao pescoço. O sangue jorrava. Caiu sentado no chão. Ela se afastou e ficou observando ele se debater. Minutos depois, já não respirava. Aproximou-se dele para ter certeza. Morreu com os olhos e a boca aberta. Bem feito, quem mandou se aproximar. Com um sorriso alienado, foi até o armário e pegou alguns lençóis. Em seguida, foi até as gavetas. Abriu a ultima debaixo para ver se estava vazia. Nenhum corpo, que dizer, até agora. Foi até o idiota e arrastou seu corpo até sua nova residencia. Com um pouco de esforço, conseguiu colocar ele lá dentro. Depois, com os lenções que pegou, limpou a sujeira e jogou dentro de um cesto. E antes de fechar a porta, deu uma ultima olhada naquela sala . E mais uma vez, um sorriso maligno brotou em seu rosto . Essa foi uma cena trágica... trágica para aquele idiota. Já para ela, era o começo da diversão...

Lisa ( Tati Horonato, Psicopata 8)

quinta-feira, 5 de maio de 2016

#psicopataadp


Ele caminha no Campus da Faculdade com uma mochila nas costas. Dentro, ele carrega seus "manuais". Enquanto faz o percurso até o Prédio, onde terá sua primeira aula do Curso de Nutrição, fica observando os Calouros. Várias cenas se passam em sua cabeça. Ninguém, jamais imaginaria que um rapaz como ele poderia ter uma mente tão perversa. Sempre com um exemplar de Jane Austen na mão, ele consegue disfarçar suas verdadeiras intenções. Ao chegar no Prédio, ele sobe as escadas. Segue o corredor até a sala. Nisso, vai imaginando a cena de um livro. Mas precisamente, o último livro que leu, do Mestre dos Mestres. Uma perfeita heroína. Era assim que ele a classificava. Imaginou a cena do Baile. Imaginou como seria tudo ali banhado de sangue. Ele não tinha poderes que nem o de Carrie, e não acreditava também em Telecinese. Mas, ele tinha facas. E elas eram bem amoladas. Talvez ele se candidatasse para organizar a festa do Fim do Ano. E com certeza, essa festa seria inesquecível...

Lisa ( Pedro Fontes Psicopata 7)



Desde criança ela gostava de brincar mas ao crescer descobriu novas brincadeiras. Em uma noite fria e de muita chuva ela saiu pra caçar seu parceiro de brincadeira. Ela gostava de brincar de pegar, se ele correr morre, se ficar será torturado até a morte. A sua parte favorita da brincadeira era os gritos, o sangue a jorrar.


Ana Carolina da Silva 



- Dialogo de duas personalidades em um só corpo.



Suicida - Por que você está quieta ?
Psicopata - Estou pensando em algumas coisas.
Suicida - É sobre o que ela falou ?
Psicopata - Não no que ela falou, mas o tom que ela usou.
Suicida - Como assim ? Pra mim ela pareceu normal. 
Psicopata - Você não prestou atenção nos detalhes.
Suicida - Que detalhes? O que foi que deixei passar?
Psicopata - O tom que ela usou.
Suicida - O que tinha demais nele?
Psicopata - Foi um tom de quem não se importa com nada.
Suicida - Como sabe?
Psicopata - Porque eu uso esse tom.
Suicida - Isso significa que ela vai te deixar sair pra brincar?
Psicopata - Sim, e já sei bem com quem irei brincar.
Suicida - Você está louca se pensa que consegui-rá pega-lo.
Psicopata - Isso é o que veremos, agora será monstro contra monstro.
Suicida - Ele sabe todos os seus truques, foi ele que te ensinou, lembra ?
Psicopata - Eu andei treinando, lembra ?
Suicida - Pensei que aquilo eram apenas brincadeiras que você gostava de fazer.
Psicopata - Eram, e também treinamento para o jogo decisivo.
Suicida - O tempo todo esse foi seu plano ?
Psicopata - O aluno superou o mestre.
Suicida - Ele não caíra nos seus truques.
Psicopata - Isso iremos descobrir em breve.
Ana Carolina da Silva



#psicopataadp


A conheciam como: uma boa pessoa, uma grande amiga, uma garota de um coração enorme, e quer saber?! De fato, ela é tudo isso e mais um pouco, sempre estava de bem com a vida. Se algum amigo(a) estava para baixo, ela tinha as palavras certas, juntamente com seus ótimos conselhos, e as brincadeiras escolhidas para o momento, tudo isso, para colocá-lo(la) para cima, de aonde não deveria de ter saído. Era o que ela sempre falava. Mas, mesmo ela sendo esta pessoa que es, ela guardava um segredo, segredo este, que não havia contado a ninguém, nem mesmo a seus melhores amigos. Segredo do qual, escondia à sete chaves? Na verdade, à sete palmos. Como todo mundo, ela também tinha seus defeitos, e um deles: ela odiava ser contrariada; a quaisquer resquícios de contrariedade, sua personalidade se transformava. Então, aquela pessoa boazinha, dá lugar a uma personificação do mal em pessoa, sua pupila se dilata, e como ela mesma diz, chama a pessoa para brincar no balanço, era sua brincadeira favorita quando criança, mas hoje, ela fez uma pequena adaptação neste balanço. Agora, o balanço, não tem mais um banco, para se sentar, agora a pessoa que havia lhe contrariado, era seu balanço. Balanço que ela olhava, com os olhos em lágrimas, mas não se engana, que não são lágrimas de arrependimento, e sim de emoção, admiração.
Lesley Anselmo (Aline - Psicopata 6)


#psicopataadp

A senhorita Lisa havia saído da sala há alguns minutos, deixando o dr. Anderson entretido em sua vasta coleção de livros que abordam temas obscuros da alma humana. O que despertou um certo interesse na dama de cabelos vermelhos. Como ela sendo tão adorável gostava de coisas tão obscuras? E no em meio a essas perguntas que o silêncio foi abruptamente quebrado pelo som dos passos da jovem senhorita que adentrara a sala novamente, desta vez trazendo consigo uma pequena bandeija contendo duas canecas fumegantes. O chá seria servido.
---Desculpe pela demora, esse chá é demorado para ser preparado, os ingredientes contido nele requerem um preparo minucioso, por isso é tão especial, é minha especialidade, e meu prazer prepará-lo.
---Não se preocupe, estava vendo seus livros. Estão muito bem organizados. Vejo que tem um gosto predominante pelo lado obscuro da humanidade. 
---Sim, a psicopatia, os distúrbios da mente... Esses assuntos me fascinam. MAs senhor, sugiro que tome o seu chá antes que esfrie, o seu sabor é melhor apreciado enquanto quente.
---Obrigado. Vou fazer isso mesmo.
---Então, encontrou alguma coisa que despertou o seu interesse entre tantos títulos e temas?
---Não nessa parte de sua majestosa sala, o que me despertou interesse está me acompanhando nesse belo chá, que, diga-se de passagem, está saboroso.
---Devo preveni-lo meu senhor, talvez o que lhe tenha desperto tal interesse não seja assim tão interessante.
---Aí que se engana minha cara dama, o que meus olhos veem e meus desejos aprovam, é sempre interessante para mim.
---Correria esse risco meu senhor? Como deve saber, a mais bela rosa esconde espinhos mortais em seu caule.
---Esse risco estou disposto a correr minha bela jovem.
---E o que supõe meu senhor, caso o seu interesse seja de alguma forma correspondido?
---Eu suponho que deixe essa caneca de lado e venha apreciar prazeres melhores que suas noites solitárias acompanhadas apenas de seus livros e seus chás caseiros.
---Eu amo meus companheiros de páginas meu senhor. Não há nesse mundo companhia melhor. E meus chás são feitos como há séculos atrás. Tradição das digníssimas e incompreendidas bruxas. O mesmo sangue que corria em suas veias corre nas minhas.
---Novamente venho dizer-te que está errada senhorita, depois que desfrutar dos prazeres carnais que há tanto lhe é privada, tenho absoluta certeza que começará a pensar diferente em relação a seus meros companheiros encadernados.
---Confesso que estou começando a pensar no assunto.
---Vamos então aproveitar o momento e terminar nossa conversa em seus aposentos.
---Primeiramente meu senhor, vamos brindar este momento único. Não é sempre que tenho uma ilustre visita em minha humilde casa, e muito menos me sentindo desejada. Há tempos não sei o que é isso.
---Suas palavras soaram como músicas para os meus ouvidos. Por acaso tens um bom vinho em sua adega, ou um whisky legítimo escocês?
---Tenho, mas faremos um brinde com chá mesmo. Não apreciou meu chá meu senhor?
---Claro que sim minha jovem, é um sabor diferente. Fico a imaginar quais ingredientes forem usados nele?
---Ah, meu caro. Meu segredo não revelo a ninguém. Nem mesmo ao Papa.
---Então deixemos esses assuntos triviais para uma outra ocasião e vamos brindar aos prazeres carnais! Bebamos!!!
---Um brinde à morte! 
“tim tim” ---Bebamos!!!
Os dois beberam o restante do chá e ficaram em silêncio por alguns instantes. Então o dr. Anderson o quebrou com sua voz já um pouco embargada.
---Porque você brindou à morte.
---Porque a convidei para celebrar conosco.
---Como assim "a convidou"? Do que a senhorita está falando?
---Estou dizendo meu caro dr. Anderson, que ela está aqui conosco. Mais precisamente ao teu lado, te envolvendo em seu manto negro neste momento.
---Você o que? Quem? O que? Cof, cof, O que você fez comigo?? Estou... ficando sem... ar...aff, aff... sem ar... Me aju...ajuda...arghhh.....


Texto por Rick Spitaleti (Elisangela, psicopata 05)






quarta-feira, 4 de maio de 2016

#psicopataadp


O frio estava demais naquele dia, mas mesmo assim, ele amava aquela estação. A única coisa que incomodava ele ás vezes, era que tinha que trabalhar a noite. Fora isso, era o clima perfeito para sua diversão. Enquanto caminhava até seu trabalho, observava os transeuntes. Imagina coisas, que nenhum ser com juízo perfeito, poderia imaginar. Só quem tinha mesmo uma mente insana como a dele, conseguiria não só imaginar, como também, executar.
E ele já tinha feito isso antes a muito tempo. Tinha até esquecido, como era a sensação de sentir o medo nos olhos de suas vitimas e o sangue em suas mãos. Foi quando passou por um beco, que ficava próximo ao seu trabalho, e viu um morador de rua discutindo com um cara. Pelo jeito, deveria ser um daqueles "marginaizinhos", que se acham "dono" do pedaço. O moleque deu um soco no homem, que caiu no chão. Logo em seguida, deu um ponta pé. Ele não era nenhum "justiceiro". Na verdade, não estava nem ai para os outros. Mas hoje, ele resolveu ser um bom samaritano. Samaritano? Que nada! Ele ia era recordar os velhos tempos. Ficou na esquina esperando. Quando o moleque passou, abaixou-se, fingindo amarrar o tênis. Esperou só ele tomar uma certa distância. Pegou seu celular e fez uma ligação. Hoje, ia tirar a noite de folga...

Lisa ( Rick Spitaleti Psicopata 4)

#psicopataadp

Ele era calmo... Muito calmo. Era o que todos diziam. Pensavam. Mal sabiam, que aquela "calmaria" toda dele era apenas um disfarce para esconder seu verdadeiro "eu". Por muito tempo, ele procurou ser educado. Compreensivo. Tentou levar na brincadeira. Mas tudo tem seu limite. E o seu já havia se esgotado. Ele não aguentava mais ouvir tanta baboseira. Odiava pessoas dramáticas, que se fazem de coitadinhas. Enquanto aquele seu "amigo" dramático falava, ele imaginava como seria matar alguém. Teve uma hora, que ele já não ouvia mais nada. As palavras pareciam estar distante, apenas zumbidos. Foi quando percebeu que seu outro "eu", havia despertado. Ele sabia que agora, as coisas não estariam mais em seu controle, e que seu lado obscuro tinha sede de sangue. Já não via mais o rosto do seu "amigo" como era. Agora, o rosto dele, estava banhado de sangue. Seu olhar chegou a brilhar ao imaginar a cena. Será que ele conseguiria cometer um crime perfeito ?
Lisa- ( obs: Lesley Anselmo psicopata 3)

#psicopataadp


Sabe aqueles dias que você não deveria ter levantado da cama. Pois é, esse estava sendo um desses dias. E pelo jeito, a semana toda ia ser assim. Desde ontem, não estava sendo fácil para ele ter que aguentar aquele ser desprezível. A unica coisa boa pelo menos, era que sua cabeça não estava doendo como antes. Ele senta em sua mesa e começa a fazer seu trabalho, quando seu encarregado entra e começa a falar coisas só para irrita-lo.
Ele só levanta a cabeça e fica olhando, enquanto o idiota fala.
"Mente vazia, oficina do Diabo", era o que sua vó costumava dizer. Isso com certeza era mentira. Sua mente estava sempre cheia de ideias, e mesmo assim, existia um "Diabo" dentro dela. A mente dele nunca estava vazia, pelo contrário, parecia uma engrenagem em movimento. Ele sempre observava as pessoas ao seu redor, imaginando como seria divertido mata-las e o jeito que cada uma deveria morrer. E com aquele idiota, não ia ser diferente. Ele simplesmente, iria mata-lo lentamente, ou quem sabe, joga-lo dentro de uma daquelas máquinas da usina, ou talvez, com veneno... Um sorriso, brota no canto do seus lábios. Um sorriso alienado. Um brilho maligno, também se forma em seu olhar. Mal sabe aquele idiota, que talvez não vá participar da ceia de Natal...
Lisa ( obs: Fabio Vivone, Psicopata 2

)

#psicopatasadp



A noite estava muito fria. Sua cabeça doía, seu corpo. Até sua alma estava inquieta. Ele anda pelo quarto, de um lado para o outro. O vento sopra lá fora violento. Ele se senta na beirada da cama. Em cima do criado mudo , está seu livro de cabeceira. Um dos seus manuais de instruções. Mais um clássico da Rainha do Crime. Ele pega o livro e se deita. Primeiro, folhe-a seu companheiro da madrugada, como quem não quer nada. Depois abre na primeira página. Começa sua leitura com a intenção de tentar amenizar a dor de cabeça, mesmo sabendo que a dor só vai passar, depois que ele matar. Ele sabe o motivo da dor e como fazer para que ela passe. Mas hoje não vai sair. Hoje, só por hoje, vai deixar suas vítimas sobreviver.
Então, começa o primeiro capítulo, enquanto lá fora, o vento sopra como uma alma atormentada...
Lisa ( Fabio Henrique Canata Psicopata 1)



Diálogo entre duas personalidades em um corpo.


Suicida - Não faça isso é errado.
Psicopata - Ele merece, lembre de tudo que ele te fez passar.
Suicida - Isso só aumentara nossa dor.
Psicopata - Isso colocara um fim em toda dor.
Suicida - A morte é o fim para dor. 

Psicopata - A morte dele acabara com toda dor.
Suicida - Por que é tão cruel?
Psicopata - Porque as pessoas são cruéis e merecem sofrer por isso.
Suicida - Mas nós ainda o amamos.
Psicopata - Não, nós o odiamos.
Suicida - Você mente para si mesma.
Psicopata - Você também.

 Diálogo de duas personalidades em um corpo.


Psicopata - Vamos brincar?
Suicida - Não gosto de brincar com você.
Psicopata - Por que ?
Suicida - Suas brincadeiras machucam as pessoas.
Psicopatas - Só se machuca quem não aprende a brincar.
Suicida - Você sempre quer brincar da mesma coisa.
Psicopata - É porque essa brincadeira é a minha favorita.
Suicida - Toda vez que brincamos disso alguem morre e nós ficamos triste.
Psicopata - Ela não ficaria triste se você não ficasse colocando na cabeça dela que o que fazemos é errado.
Suicida - Mas é errado.
Psicopata - É por isso que você nunca ganha.
Suicida - Um dia eu poderia ganhar mas não gosto de machucar as pessoas.
Psicopata - Porque você fica se machucando, você acha mesmo que as pessoas estão ligando para sua dor, elas só estão esperando que você morra de uma vez.
Suicida - Você não sabe o que diz, ainda a pessoas que se importam.
Psicopata - Se elas se importam tanto porque você ainda se senti sozinha?
Suicida - Porque você afasta todos de mim.
Psicopata - Não Afasto não, elas se afastam porque não aceitam como somos.
Suicida - Claro que não, você as assusta com essas brincadeiras.
Psicopata - As regras são claras, se escapar vive, se eu pegar morre. Qual é a dificuldade nisso?
Suicida - Você sempre trapaceia.
Psicopata - Se eu não fizer, eles faram.
Suicida - Não é certo tirar a vida de alguém.
Psicopata - Não é certo se matar por um "alguém."
( Ana Carolina da Silva)


domingo, 1 de maio de 2016

A divida


Queria fama, sucesso e dinheiro. Um homem misterioso lhe ofereceu tudo isso, em troca só queira sua alma, não agora, mas um dia viria busca-la! Ele, inocente pensou que viveria uma longa vida, antes que chegasse o dia de pagar sua divida, por tanto, aceitou de imediato.
Aproveitou tudo que lhe foi dado, festas regadas a bebidas, drogas, mulheres! Era admirado, desejado, todos queriam ele, todos queriam ser ele.
Em mais uma noite de festa, o viu de novo, parado em um canto, a observa-lo, estava o responsável pela vida que agora tinha, então soube, chegou a hora de pagar sua divida, mas não, ainda não estava pronto, queria viver mais. Correu em disparada, iria fugir se esconder, ganhar tempo.
Não teve mais parada, a cada semana um novo lugar, mas ele sempre o encontrava, quando menos esperava, via a figura sinistra à espreita. Fugia novamente, outra cidade, outro corte de cabelo, outro nome... Mas nada despistava seu credor, ele sempre estava em seu encalço.
Finalmente foi confrontado, enquanto lutava contra a tão conhecida insônia, ouviu seu nome sussurrado por uma mórbida voz, aos pés do seu leito, estava o homem de quem vivia fugindo. Mais uma vez correu em desespero, saiu do apartamento, subiu as escadas em disparada, logo estava no terraço do prédio, mas ele já o esperava.
Tenteou barganhar, mas seu credor não veio para negociar... Chorou e implorou, em vão! Olhou para todos os lados, procurava uma saída, algo que pudesse usar como arma, ainda tinha a esperança de poder lutar por sua vida. O homem estava cada vez mais próximo, estampando no rosto, um sínico e vitorioso sorriso! Ele se viu encurralado, perigosamente próximo ao parapeito.
O medo foi mais forte que a cautela, um passo em falso e seu corpo desequilibrou... Caiu! Antes que seu corpo encontrasse o chão, viu o homem se jogar ao seu encontro, assim que sentiu os braços dele o envolverem, pensou estar salvo, mas recebeu um frio beijo... Já estava morto, antes que atingisse o asfalto.

Tatiana Honorato