domingo, 12 de junho de 2016

Estou presa em um sonho. Na verdade. em um pesadelo.
Estou amarrada. Não consigo me mexer.
Fecho os olhos e balanço a cabeça.
E quando os abro novamente, não estou mais amarrada.
mas, continuo presa... em uma caixa.
Não consigo acreditar. Isso só pode ser um sonho ruim.
Tem que ser um sonho ruim.
Grito. Peço socorro. Ninguém consegue me ouvir.
Choro. Bato nas laterais da caixa. Arranho feito um animal selvagem, desesperada. Minhas unhas quebram, sangram.
Sinto dor, mas continuo. O ar começa a faltar.
Estou sufocando.
Estou sufocan...
Estou sufo...
Estou su...
Estou...
Es...
...
****
Ela olha no espelho. Os olhos vermelhos.
Chorou o dia inteiro.
A tarde.
A noite.
Não aguenta mais tanta dor. Não quer mais chorar.
Olha de novo a imagem no espelho. Já sabe o que fazer para a dor passar. Abre o armário do banheiro, pega as lâminas.
Olha com carinho, para elas em suas mãos. Acaricia com delicadeza. Levanta a manga do moletom. Só um corte, apenas um corte, como sempre fez, e pronto a dor já era. Vai passar, como sempre passa. Fecha os olhos e encosta as lâminas na veia. Faz o corte, só que dessa vez, ela erra...
****
Cemitério São João Batista
A chuva cai, feito cachoeira, e a sete palmos, alguém grita.
Lisa
Passou em uma joalheria, comprou o anel e mandou gravar os nomes. Feliz, ligou para ela, dizendo que tinha feito uma reserva no melhor restaurante da cidade, para comemorar o dia dos namorados. Passaria às 20h00 para pegá-la.
Ela ficou toda radiante. Assim que ele desligou o telefone, ela ligou para o salão. Marcou corte, escova e unhas. Passou em uma loja e comprou um vestido novo. Escolheu um de cor azul marinho, de alças, aberto dos lados. Era a cor preferida do seu amado. Durante o percurso para casa, se viu pensando no ex. " Ainda bem que me separei do Bob. Ele nunca foi romântico. Nunca me levou para jantar, ou fez uma surpresa. Já o Dhilan... Esse é o amor da minha vida."
****
Ele estava tão animado e distraído, que não reparou que estava sendo seguido. Quando virou a esquina, um carro encostou, e o estranho aproximou-se com uma arma escondida." Não faz pergunta e entra no carro."- assustado obedeceu.
****
20h00
Olhou-se no espelho e gostou do que viu. Modéstia parte, estava radiante. Sentou-se no sofá, esperando seu amado.
20h50
"Ele está muito atrasado. Nunca foi de se atrasar assim."- ela pensa, pegando o celular e discando o número dele. Chama, chama e ninguém atende.
Ela levanta-se e começa a andar pela sala.
21h30
"Alguma coisa aconteceu." Começa a ficar preocupada. "Se ele não aparecer em 10 minutos. Vou no apartamento dele."- mais uma vez, disca o número. Só chama, nada. Senta-se novamente no sofá, e começa a balançar as pernas, impaciente, sem tirar os olhos do relógio.
21h40
"Ok. Alguma coisa aconteceu. Só pode ter acontecido." Levanta-se e vai até o quarto pegar uma blusa para colocar por cima do vestido. Depois vai até a cozinha pegar as chaves do carro. Nisso, a campainha toca. " Graças a Deus!"
Solta as chaves em cima da mesa e corre até a porta.
" Nossa, como você..."- começa a falar, enquanto abre a porta, mas para, ao reparar que não havia ninguém. Olha no corredor. Silêncio. Olha para baixo e vê uma caixa em formato de coração. Abaixa-se, pega e entra para dentro fechando a porta. Vai até a cozinha, puxa uma cadeira e senta-se. Antes de abrir, pega um cartão que está grudado do lado. Puxa com cuidado para não rasgar. Começa a ler:
"Feliz Dia dos Namorados, meu amor. Espero que goste.
Bob.
Obs: Não se preocupe, o Dhilan não sofreu muito"
Ao terminar de ler, solta o cartão. Olha para a caixa na sua frente, e com as mãos tremulas, a abre. Ao ver o conteúdo ali dentro, dá um grito, que ecoa por todo o apartamento.
Dentro, havia um coração com uma fita vermelha. Do lado, um anel de noivado.
Lisa

domingo, 29 de maio de 2016

Ecoam ao longe sons de tiros nesta aprazível noite carioca de sábado. E eu estou aqui, mais uma vez sozinho nesse maldito quarto. A televisão está ligada, e eu deitado em minha cama, com os olhos fechados, fico ouvindo a voz chata do repórter, anunciando mais um assassinato.
"... houve um tiroteio, em frente a um bar, próximo a Cidade de Deus... Sete corpos... nenhuma testemunha. Mas, segundo os policiais, pode ser um acerto de contas, ou disputa de território... Entre as vitimas, tinha o corpo de um dos traficantes mais temidos..."
Sete corpos... um culpado e seis vitimas... Morrer de graça...
Acerto de contas, na cidade de Deus... Disputa por território... Aonde vai parar a humanidade? Tirar a vida de outro, por besteira...
Por isso que a maioria das pessoas, tem medo de sair de casa. Tem medo de sair e não voltar. Perder a vida por nada.
Ainda bem que não sou de sair, principalmente, a noite. Prefiro ficar nesse quarto, ouvindo o noticiário. Mas quer saber? Chega de noticias ruins por hoje.
Desligo a televisão e vou até a cozinha beber um copo de água. Quando estou voltando para o quarto, ouço um barulho de vidro quebrando. E a última coisa que vejo é a escuridão...
****
"... Últimas noticias, rapaz é encontrado morto, com uma bala perdida em sua casa no Complexo do Alemão..."
Lisa Hallowey



O orfanato

Pobre Anne estava neste momento no banco de trás de um carro qualquer, sendo levada para seu novo lar. Seus pais e seu irmão foram encontrados mortos em sua própria casa, a pequena Anne a única sobrevivente da família, foi encontrada em seu quarto, sentada num canto, em estado catatônico, balançava seu corpo entre suas pernas dobradas; repetia sempre a mesma palavra “não”. Por algum motivo o monstro dessa barbárie, poupou a vida da pobre garota, que agora estava sendo levada para sua nova moradia, pelo menos, até encontrarem seus novos pais adotivos. Estava ela sendo levada para o orfanato “Raio de Luz”, dizia uma plaqueta do lado do portão de entrada, no qual, Anne olhou, assim que o carro entrou no local.
Depois de alguns dias tímida e na dela, tentou enturmar-se com as crianças, mas sempre que estavam no meio de uma brincadeira, as crianças assustavam-se com as atitudes da garota. Assustavam-se pelo simples fato dela jogar suas mãos na cabeça e gritar: “NÃO!”
As outras crianças começaram a chamá-la de louca. No começo, Anne saia correndo e escondia-se no quarto e começava a chorar. Mas, com o passar do tempo, ela foi acostumando-se com a gozação, e já não chorava mais. Pelo contrário, ela encarava a criança que a xingava, e essa era a que saia correndo e se escondia.
As crianças passaram a ter mais medo de Anne. O orfanato era administrado pela Madre Tereza e algumas freiras. Um dia, uma das crianças, Suzanna, chegou chorando até uma das irmãs e disse que Anne havia ameaçado ela.
A irmã Maria, esse era seu nome, foi atrás da garotinha e a encontrou sentada em um dos bancos, perto da fonte que ficava no fundo do orfanato, conversando sozinha. Não achou estranha a atitude da menina. Para ela, era normal uma criança conversar sozinha na idade dela, ter um “amigo imaginário”. Ela mesma teve um. Porém, ao aproximar-se da menina, ficou perplexa, a menina estava falando em latim. Quando ela pensou em virar-se e voltar para dentro, sem que a menina percebesse, ouviu uma voz doce lhe chamar:
- A senhora quer falar comigo, irmã? É sobre a Suzanna, né?
A irmã Maria, simplesmente parou e ficou sem reação. Engoliu em seco e virou-se, lentamente para a garota:
- Ah... Bom, como você sabe que eu vim falar com você sobre a Suzanna?
- Lili me falou.
-Lili?
- Sim, minha amiga.
- Hum... E o que mais sua amiga lhe falou?
- Mais nada. Apenas disse que ela ia cuidar disso.
- Cuidar? Cuidar como?
- Não sei. Nem tudo a Lili me fala. Vou entrar, irmã. Tenho lição para fazer, Se eu não fizer, a irmã Celeste vai brigar comigo. – a garota da um sorriso inocente para a freira, e sai cantando como se aquilo fosse normal.
A irmã, por sua vez, entra para dentro e pensa em ir direto até a sala da Madre, contar o ocorrido. Só que quando está subindo as escadas, sem querer, acaba tropeçando em um dos degraus, e cai escada abaixo.
Uma das irmãs que estava passando no corredor acaba ouvindo o grito, e vai ver o que estava acontecendo. Quando chega perto da escada, fica assustada com a cena. Pois a irmã Maria estava com a perna esquerda em uma posição, que nem ela conseguia imaginar, e com o osso exposto. A irmã leva a mão até a boca, para abafar um grito, e sai correndo para chamar socorro. Enquanto isso, Anne está atrás de uma das portas, escondida, observando tudo.
****
Já tinha se passado três dias depois do acidente da irmã Maria. Ela foi submetida a uma cirurgia, devido à gravidade da fratura, e teve que ficar no hospital por mais um tempo. No Orfanato, tudo parecia correr bem. Só parecia.
****
- Oi Suzanna, você quer brincar comigo?- Anne aproxima-se da garota de cabelos dourados, que estava distraída, brincando no quarto.
- Sai daqui. Você quer me machucar. – a garota diz, levantando-se.
- Eu não quero te machucar, quero brincar com você.
- Mais eu não quero! Você é louca!- agora a garota fica de costas para a janela do quarto.
Ao dizer isso, a expressão do rosto de Anne, antes doce, transforma-se em algo diabólico. A outra garota fica mais assustada.
- Você não devia ter dito isso. A Lili não gosta que me chamem de louca. – a garota vai aproximando-se cada vez mais da outra. Essa, por causa do medo, não consegue mexer-se.
- Não, por favor. Tudo bem, eu brinco com você.
- A Lili não quer mais brincar. – Sem que de tempo, se quer da outra garota ter algum tipo de reação, Anne a empurra da janela, fazendo seu corpo frágil, cair e ela quebrar o pescoço.
****
O orfanato estava em luto. A irmã Tereza, nunca, em seus 35 anos trabalhando ali, tinha presenciado tamanha tragédia. Primeiro aquele acidente sem explicação da irmã, e logo em seguida, a morte da pequena Suzanna.
A irmã Maria, tinha voltado para o orfanato, e ficou chocada ao saber da morte da garotinha. Ela estava em seu quarto, deitada sem poder se levantar, em repouso, quando se lembrou do que Suzanna havia dito a ela. Nesse instante, ouve uma batida na porta, e ela abrir-se. Anne entra com um sorriso inocente.
- Foi você, né?-
- Eu? Eu o que, irmã?
- Não se faça de inocente. Você ameaçou a Suzanna, e eu ouvi você naquele dia falando em latim. As outras crianças têm medo de você. Quem é você?
Anne para a alguns passos da cama. Examina o rosto da freira em sua frente. Por um tempo, o silêncio toma conta do quarto. A garota abaixa a cabeça, e quando levanta de novo, seu rosto já não é mais o mesmo. É algo diabólico. A irmã fica assustada com a expressão da garota.
- Sabe, irmã, vou responder suas perguntas e te contar uma história. Uma pequena história. Na verdade, um segredo. Sabe minha família? Fui eu que matei. Tentei ignorar as vozes, mas elas são mais fortes. Fui eu sim que empurrei a Suzanna da janela. E as outras crianças têm medo de mim, por causa disso – a garota, agora esta do lado da cama. Seus olhos estão completamente, pretos. Pega um dos travesseiros que está do lado da freira. A irmã nem percebe, devido ao medo que está sentindo. Só se da conta, do que está prestes a acontecer, quando a menina coloca o travesseiro em seu rosto. Mas antes, ela revela seus últimos segredos.
- Quem te derrubou da escada, foi a Lili. E a propósito, só eu posso chama-la de Lili. Seu verdadeiro nome é Lilith. – falando isso, ela leva o travesseiro até o rosto da freira, matando-a asfixiada.
( Lisa e Lesley Anselmo)



domingo, 22 de maio de 2016

A Ópera

O quarto estava escuro e em completo silêncio. A única coisa que podia ser notada era a ponta de um cigarro aceso, que aparecia no canto do quarto. O silêncio era perturbador. De repente, a ponta do cigarro se mexe. Sinal de que ele levaria aos lábios o maldito entorpecente.
Ele traga uma, duas, três vezes, e logo depois, joga dentro do cinzeiro. Levanta-se no meio da escuridão. Acende a luz e pisca várias vezes, até acostumar-se com a claridade. O quarto ao seu redor era pequeno. A pintura das paredes já estava a descascar. Os únicos móveis eram uma cama, uma poltrona onde ele, a pouco, estava sentado, do lado tem uma mesinha com um abajur. No outro canto, tem uma mesa e uma cadeira, uma pequena cômoda, que continha uma antiga vitrola e uma estante velha com alguns livros e discos de vinil. Por um tempo, ele examina tudo aquilo, como se estivesse ali pela primeira vez. Depois, encaminha-se até a estante, escolhe um disco e coloca na vitrola. Em questão de segundos, o ambiente é envolvido pelo som de Bethoven e sua 5th Symphony. Ele fecha os olhos e se deixa envolver pela harmonia do som dos violinos, violoncelos e seus outros instrumentos. Respira fundo e faz os gestos do Maestro. Em seguida, vai até a mesa, onde está uma garrafa de Whisky, um caderno e uma caneta. Senta-se por um momento. Rabisca algumas palavras, toma um gole da bebida e acende um cigarro. Novamente, fecha os olhos. Imagens do passado afloram em sua mente, enquanto traga seu veneno. Assim que termina de fumar, retorna até a estante, pega algo entre os livros e apaga a luz novamente. Quando Bethoven toca sua última nota, um tiro se ouve em meio à escuridão.
No bilhete ele dizia:
Cheguei numa fase da minha vida que vejo que a única coisa que fiz até agora foi fugir, fugir de mim mesmo, do meu nada, e agora não tenho mais para onde ir, nem sei o que vou fazer, fui péssimo em tudo. Por isso, decidi morrer.”

P.s: a frase é de Bukowski, mas o final quem escreveu foi eu.


Lisa



Mourir

Àquela hora, meio tarde no dia, penetrei no templo iluminado... Vozes que diziam coisas incompreensíveis me hipnotizavam. Conduziam-me até o seu interior.
Tochas iluminavam todo o caminho, agitavam-se e desenhavam nas paredes formas estranhas. De repente, as chamas se apagam... Uma sombra, uma forma, um homem...
Havia fantasmas de branco que flutuavam em torno dele. Logo em seguida, desapareciam no espaço com murmúrios suaves. Por ora, pesadelos tomavam conta de minha mente perturbada, ao ver aquela figura lúgubre diante de meus olhos. Por ora, sons estranhos de lamento, gemidos cheios de sofrimento ecoavam diante daquele ambiente dogmático.
Algo de maléfico, diabólico havia naquele ser, mas o quê?
Seus cabelos e olhos eram negros como a noite e a medonha palidez de seu rosto, transformavam sua face em algo abominável. 
O mundo naquele momento parecia se escurecer como se fosse um apocalipse.
Tudo parecia sobrenatural. O vento assobiava como uma alma atormenta. Nada fazia sentido. Meus pensamentos não me obedeciam; era como se eu estivasse fora de mim.
Por uns poucos segundos, ele pareceu avançar como se estivesse submerso.
Medo? Não, não sentia medo, apenas não compreendia o que estava acontecendo e o que me trouxera ali.
Até o momento em que seus olhos pousaram-se nos meus e eu pude ver (mesmo que por poucos segundos) flashes de minha vida - infância, adolescência- até tudo parar em uma cena simples: uma pessoa, um rapaz examinava uma sepultura. Seus olhos se voltavam para a lápide que estava coberta de flores colocadas recentemente.
Foi ai que compreendi.  Foi ai, que me lembrei de toda a cena.  Saiamos do Baile de Formatura, quando um sujeito, do nada apareceu, e começou a atirar. Tudo ficou escuro.
Agora eu compreendia. Eu estava morta!
E aquelas vozes. Aquele homem que me conduziam até ali não passavam de Anjos - Anjos da Morte- Conduzindo-me até os confins do submundo, até o descanso eterno....

Lisa Hallowey




sexta-feira, 6 de maio de 2016

#psicopataadp


Ele levou o copo de whisky a boca e parou por um instante. Precisava se controlar, sua mão tremia como se tivesse alzheimer, sua perna balançava constantemente, ele sabia que aquilo eram sinais da abstinência, afinal fazia uma semana que ele se controlava.
Sua cabeça estava à mil, turbilhões de coisas passando ao mesmo tempo. O bar estava escuro, uma luz ao fundo, ele sabia que não poderia estar alí, tinha que estar bem, pessoas se espelhavam nele, não devia estar bebendo, olhou para o copo novamente, ao redor grupos de pessoas conversando, blues rolando ao fundo.
Ele não faria aquilo, já tinha se passado uma semana, pensou;
"Um dia após o outro, um dia após o outro".
Na mesa ao lado, um sujeito bebia um copo atrás do outro, parecia sozinho, sem família. Um pobre diabo largado ao mundo ele pensou.
Se levantou e foi para fora, fumar um cigarro, quase não conseguiu acender de tanto que tremia, deu uma longa baforada. O sujeito saiu pela porta cambaleando. Ele focou quando o rapaz caiu no beco vazio, tentando se levantar, por um momento sua tremedeira cessou. Teve a impressão de uma paz interior enorme, estava prestes a ter o controle de seu corpo de novo.
Ele entrou, bebeu o whisky que estava sob a bancada, afinal era uma dose apenas e ele nunca teve problemas com bebida, se encaminhou para a saída, o sujeito ainda tentava se levantar, ele se aproximou deu à mão, o mesmo se apoiou para levantar, nesse instante, ele ergueu o rapaz é com sua mão direita tirou de dentro do sobretudo sua Buck 119 especial e passou pelo pescoço do rapaz. Não teve grito, apenas um leve gemido e o engasgo com o próprio sangue, ele foi se ajoelhando junto com o corpo desfalecendo, o sangue escorrendo por entre seus dedos, seu corpo não mais tremia, sua cabeça estava em paz, silenciosa. Todo aquele sangue passando por seus dedos, parecia liberar em seu corpo toda serotonina e endorfina do mundo. Ele estava em paz, o cheiro de sangue e a agonia de um corpo se esvairando em sangue lhe davam paz. Empurrou o corpo de canto, e deixou-o como se tivesse desmaiado, olhou para o relógio,
"faltava apenas duas horas"
Entrou em seu carro, trocou a camisa, limpou suas mãos e partiu. Chegando ao destino, comprimentou às pessoas na rua, afagou à cabeça das crianças que se preparavam para a cerimônia, entrou na sacristia, vestiu sua túnica, ajeitou a estola e fez sua oração, afinal ele estava em paz para celebrar à santa missa e levar paz a quem estava em sua igreja buscando alívio.
Willsonn dos Santos ( Psicopata ADP)